sábado, 1 de maio de 2010

Por que amamos o fútil?

É comum nos depararmos com programas de "fofoca" na atual televisão brasileira. Além disso, cresce o numero de Reality Shows em todo o mundo, comprovando que a maior parte da população gasta seu tempo observando a vida alheia.

A vontade de especular o que acontece na vida dos famosos é muito grande. E por mais que se tenha a consciência de que aquilo não acrescentará nada à humanidade, muitas pessoas insistem em "bajular" as celebridades. Estas que muitas vezes não fazem nada, além de viverem esbanjando luxo e sorrisos esfuziantes. É natural ter o desejo de conhecer a vida do outro, já que a nossa nos parece muito comum e monótona. Porém cultuamos a vida de quem ignora os fatos importantes do mundo. Esse fascínio se afirma quando ouvimos as pessoas no dia-a-dia discutindo sobre o que algum famoso fez no dia passado. Ouvindo de longe, a pessoa sobre quem se fala até parece amigo íntimo dos oradores, o que demonstra que é criada uma ilusão de que a celebridade faz parte da vida de todos, sendo lembrada e julgada a todo o momento. O olhar que se tem para essa pessoa é diferente do que se tem para grandes cientistas, artistas, escritores da atualidade. A fama destes é pequena, talvez porque seus feitos sejam tão brilhantes que o povo não consegue reconhecê-los e admira-los da forma pretendida, como se fosse uma realidade muito distante do seu cotidiano.

Vemos que a sociedade está pautada em “aplaudir” cegamente quem consegue o sucesso por formas rápidas e escandalosas, em sua maioria. Os meios de comunicação ajudam nessa tarefa, deixando de exibir feitos importantes para a humanidade, substituindo-os por festas de famosos e outras banalidades. A fama destes nos é colocada como algo invejável, por isso são tão “louvados”. A única opção que resta é saber reconhecer quem realmente faz algo importante para a sociedade, para assim nos desvencilharmos da ilusão de vida perfeita de muitas celebridades.

Cecília Romagnoli Groppo