domingo, 8 de março de 2009

Buquê de Presságios


De tudo, talvez, permanece
o que significa.
O que
não interessa. De tudo, quem sabe,
fique aquilo
que passa. Um gerânio de aflição.
Um gosto
de obturação na boca.
Você de cabelo molhado
saindo do banho.
Uma piada. Um provérbio.
Um buquê de presságios.
Sons de gotas na torneira da pia.

Tranqueiras líricas
na velha caixa de sapatos.
De tudo, talvez, restem bêbadas anotações no guardanapo.
E aquela música linda
que nunca toca no rádio.

Por Marcelo Montenegro.
Ilustração: Eduardo Recife.

Um comentário:

  1. Gostei muito desses versos. O cara é bom, mas o lance da obturação é nojento kkk...
    Olha, teu blog é ótimo, maça, mas muda o template que aê vai bombar!
    Um abraço!

    ResponderExcluir